segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vislumbrando.




Três horas. O clima metropolitano mexe com o cérebro das pessoas.

Abaixo de tantos arranha-céu, milhares de carros passando, de um lado para o outro. Pessoas andando freneticamente pela rua, olhando vitrines, mexendo no celular, perdidas em seus pensamentos. Afogadas nesse mundo caótico que te destrói aos poucos,sem você perceber, afinal, ele parece tão amigável.

Engraçado fitar toda essa multidão abaixo, e tentar imaginar quais as preocupações, os anseios, os sonhos.
Quem sabe aquela senhora ali, com sacola da feira, não leva jeito pra ser dançarina, ela anda com passos delicados por entre as calçadas, e sorri para as crianças. Acabou de dar um sanduíche a um mendigo. Gesto bonito. Aquele cara ali ó, de palito vermelho, ele tem cara de empresário. Reprimido. Que não vive. Fechado dentro de si. Será mesmo? 

E aquela outra mulher ali na esquina, com a criança de fita rosa no cabelo, ar jovial, bonita, essa aí, que intrigante... Qual será seu sonho?

Sonhos que nascem em meio ao caos, reprimidos, que acabam sendo atropelados pelos carros que passam na avenida, enquanto apenas alguns refletem-se no céu, e tem o poder de brilhar.

O vento sopra levemente avisando que o dia chega ao fim.

Agora dá licença que eu preciso entrar. O café já deve estar frio.